Volta e meia, o preconceito sai da sua toca, onde vive de garras afiadas à espera da presa. De todas as raças, cores, credos ou religiões, ele de bonito não tem nada.
Isto a propósito do encerramento do chamado “Bar da Igreja”, em Bragança, notícia oriunda da Agência Lusa.
Vale a pena ler, aqui fica uma parte da notícia:
“O estabelecimento que ficou conhecido em Bragança como “o Bar da Igreja” fechou apenas uma semana depois de estar a funcionar, envolto em polémica pela sua localização.
Nenhum dos responsáveis pelo projecto quer prestar esclarecimentos sobre o encerramento, explicado apenas num curto avisado afixado na entrada do bar.
“O bar de apoio à academia será reaberto noutro local para não continuar a ferir a sensibilidade de algumas pessoas”, lê-se no aviso.
O bar abriu no dia 22 à noite e na manhã seguinte era tema de conversa na cidade por se localizar no rés-do-chão da igreja dos Santos Mártires.
“Em cima os santos e em baixo os bêbedos”, foi um dos comentários de reprovação e espanto pela escolha do espaço.
A paróquia pretendia atrair os jovens numa zona em que 65 por cento da população residente é desta faixa etária, por ali se concentrar o campus académico do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
O bar fazia parte de um projecto mais vasto da Academia da Juventude, criada há cerca de três meses na paróquia, conduzida pelo padre José Bento, também ele ainda jovem(…)”.
É pena que os horrorizados (mas decerto mui nobres chefes de família) detractores não encarem este desafio, conduzido por um jovem padre, e dirigido aos jovens, com a importância que merece.
Mas as susceptibilidades, ou melhor, o preconceito, não deixam espaço senão para bafientas e hipócritas convicções.
FRASE DA SEMANA: “Em cima os santos e em baixo os bêbedos”