O pianista Pedro Burmester, director artístico da Casa da Música, recupera, de forma mais abrangente, o tema Música e Revolução, tentando criar um evento “que seja transversal aos vários géneros”, “desde os ‘Madrigais’ de Monteverdi (27 de Abril, 18 horas), à ‘Sagração da Primavera’, de Stravinski (26 de Abril, 18 horas, até ao ‘Prelúdio e morte de Isolda’, de Wagner (25 de Abril, 21 horas)”.
Um programa com sete concertos que vão do jazz e do rock à música erudita, clássica e contemporânea, dedicados “às obras musicais revolucionárias que marcaram um ponto de ruptura na história da música”.
O festival inicia-se, no dia da “Revolução dos cravos”, precisamente com o Poema Sinfónico para 100 Metrónomos (1962), de György Ligeti, uma obra em que cem metrónomos (instrumento usado para medir os compassos da música) – cujo “tic-tac” é regulado com ligeiros desfasamentos – são postos a trabalhar até ficarem sem corda.
Ainda no primeiro dia, há um duplo concerto na Sala Suggia, em cuja primeira parte o Remix Ensemble, sob a direcção de Peter Rundel, vai tocar obras de Karlheinz Stockhausen e Arnold Schönberg e a ONP, dirigida por Christoph König, vai executar obras de François-Joseph Gossec, Claude Debussy e Richard Wagner.
Este concerto, partilhado pelo Remix Ensemble e pela Orquestra Nacional do Porto, reúne obras que revolucionaram a música no século XX.
O concerto seguinte deste ciclo (a 26 de Abril) inclui as obras “Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky, pela ONP, dirigida por Peter Rundel, na segunda parte, sendo a primeira parte preenchida pela obra “A-Ronne”, de Luciano Berio, interpretada pelos Neue Vocalisten Stuttgart.
A “Sagração da Primavera” é possivelmente a obra que melhor representa a combinação do conceito de revolução ao nível estilístico e, simultaneamente, na reacção que provocou no público presente na estreia.
No dia seguinte (a 27 de Abril), os Neue Vocalisten Stuttgart retrocedem três séculos para apresentarem os madrigais de Monteverdi, Gesualdo e Schütz, e na segunda parte deste concerto, mais um salto no tempo, de novo para o século XX e novamente para a obra de Berio (Sequenza V para trombone e Sequenza X para trompete), que explorou as possibilidades expressivas de vários instrumentos levando ao limite o conceito de virtuosismo na execução musical.
O concerto termina com a “Sinfonia de Câmara n.º 11 op.9”, de Arnold Schönberg.
Estão também incluídos neste ciclo dois concertos de jazz, o primeiro a 28 de Abril, por Bernardo Sassetti, em que o pianista, acompanhado pelo saxofonista Perico Sambeat, André Fernandes (guitarra), Paço Charlín (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria) tocará temas de três grandes nomes da revolução “bebop” do jazz – Charles Mingus, Thelonious Monk e Charlie Parker.
No dia seguinte, o pianista norte-americano Jason Moran está com o seu octeto na Sala Suggia da Casa da Música, para apresentar, em estreia europeia, a sua obra multimédia “In my Mind: Monk at Town Hall, 1959”.
Dia 30, Rui Reininho e a Companhia das Índias apresentam um espectáculo com 18 temas clássicos da música rock e pop, dos últimos 50 anos que – obedecendo à encomenda da Casa da Música – têm em comum o facto de marcarem rupturas ao longo das últimas décadas.
A selecção de Rui Reininho apresenta uma representação maioritária do rock, desde Elvis Presley, aos Stones, Beatles e Doors, David Bowie e Lou Reed, Iggy Pop e Sex Pistols, mas também inclui a música de intervenção dos espanhóis Aquaviva e do brasileiro Cazuza, líder do mítico grupo Barão Vermelho.
Entre as canções escolhidas estarão “Nightclubbing”, de Iggy Pop, “Anarchy”, dos Sex Pistols, “Poetas Andaluces de Ahora”, dos Aguaviva e “Within You, Without You”, dos Beatles, esta escolhida por ter como autor George Harrison, o Beatle favorito de Rui Reininho.
O festival Música e Revolução encerra dia 03 de Maio, na Sala 2 da Casa da Música, com uma grande referência do rock industrial, a banda alemã Einstürzende Neubauten, que apresenta o seu álbum mais recente, “Alles Wieder Offen”.
Na segunda parte do concerto actua a banda Stol, de Copenhaga, inspirada nas sonoridades do punk electrónico e do dark rock dos anos 80.
A sessão prolonga-se pela noite dentro em mais uma sessão de Clubbing, em que participam Baby G, um dos mais conhecidos DJ`s de Barcelona, o duo anglo-sueco Punks Jump Up, DJ Kitten, Eugene Kovax + Christof Dienz, o artista multimédia Vítor Joaquim, os Green Machine e Motornoise.
Na Sala Roxa, Álvaro Costa apresenta “Jagger, o Diabo e Jean-Luc Godard”, uma referência aos filmes controversos do cineasta francês no final da década de 60: “One Plus One” e “Sympathy for the Devil”.
Além dos bilhetes individuais, a Casa da Música oferece o conjunto dos bilhetes para os sete concertos deste festival com 50% de desconto, ou, em alternativa, quatro concertos à escolha com 25% de desconto.
7 concertos: 50% de desconto
4 concertos à escolha: 25% de desconto
Ver informação detalhada em Notícias – Lusa, e na Casa da Música – informações pelo telefone 220 120 220 ou info@casadamusica.com